Lembranças Chuvosas...

Hoje a noite estava quente e sedosa.
Sentia-me algo nostálgica e triste...
Decidi ir dar um passeio ao luar.
Para as ideias desanuviar.
A estrada levou-me aquele sitio...
Já lá tinha estado várias vezes depois daquele episódio nocturno...
Mas nunca à noite...
Senti um arrepio pela espinha..
Olhei a paisagem anoitecida e luarenta lá fora,
Tão diferente da daquela noite...
De repente as imagens começaram a jorrar com uma força incontrolável...

Chovia e estava um relativo frio...
Tínhamos jantado e decidido ir dar uma volta,
Antes de tu, supostamente te despedires de mim...
Estacionei o carro e começamos a conversar.
A conversa mudou de rumo...
E começaste a me acariciar...
Sentia-me como uma adolescente de novo.
Aos beijos e amassos no carro.
As mãos vagueavam céleres por todos os cantos.
Invadiam os meus recantos.
Eu ainda resistia...
Fracamente.
Mas resistia...
Tu estavas visivelmente excitado...
Eu também o estava...
Mas tentava a todo o custo não sucumbir a tentação...
Não queria libertar a tesão...

Convidaste-me subtilmente a subir ao teu colo...
Eu acedi lentamente.
Lembro-me que te beijei Longamente...
Devagar...
Docemente...
A minha língua na tua a entrelaçar...
Um roçar de dentes...
Só para te provocar...
Uma mordida suave nos lábios...
Descolo a boca da tua para sofregamente respirar...
Olho-te na semi escuridão do carro,
Tenuamente iluminado pelo rádio ligado...
Sinto-me em chamas...
Com um calor que me queima por dentro e por fora...
Abro a porta e saio para a frescura da noite.
Tu sais-te a seguir...
Eu pequena... Tu alto...

Olhei a minha volta.
( existia um outro carro mais a frente estacionado...)
Não deste a mínima importância e abraçaste-me...
Sentia a chapa da viatura gelada e húmida contra as minhas costas...
E o teu corpo grande e quente...
Mesmo na minha frente...
Que me pressionava implacável contra a superfície molhada.
As carícias foram retomadas...
Ardentemente trocadas...
A roupa era um estorvo aos movimentos da paixão...
Levantas-te a saia do meu vestido...
E a mão atrevida pelo meu rabo deslizou...
Logo o meu sexo húmido e pulsante alcançou...
Lembrei-me vagamente que estávamos fora da viatura...
Disse-to...
Respondeste que ninguém via...
Que estava escuro...
Mergulhei novamente na embriaguez...
Nesse momento de insensatez...

Os corpos buscavam-se,
Entre caricias cada vez mais ousadas.
Agarrei o teu sexo duro como uma barra de aço.
Acariciei-o louca por o sentir.
Não na minha mão...
Mas sim dentro de mim...
Loucamente até me fazeres vir...

Aqui não...
( Bateu a ideia na minha cabeça...)
Mas logo o pensamento racional...
Foi banido pela fome carnal...
Quando o teu sexo perfurou o meu...
E me fez vibrar...
De luxúria gemer...
Os joelhos não me sustentaram...
E senti-me a deslizar...
Os joelhos quase no chão a tocar...

Até que senti os teus braços gentis que me enlaçaram...
E a tua voz sedutora que me sussurrou...
Vamos embora...
Está na minha hora...

This entry was posted on and is filed under ,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.

11 Responses to “Lembranças Chuvosas...”

belakbrilha disse...

Que belas lembranças chuvosas!

até breve

OLHAR VAGABUNDO disse...

palavras de perigo e boas...
beijo vagabundo

Márcio disse...

Tudo pode ser lugar e razão para entrar nesta loucura... por vezes, perigosa!

Vladimir disse...

a chuva...tantas recordações que ela nos traz....

poetaeusou . . . disse...

*
chuva de lembranças
no Som do Silencio
*
jinos
*

Alexandre disse...

Que poema/história sensual, erótico, sexual, não há palavras para definir o indefinível! Parabéns, sabes tirar partido da vida, ao contrário da maioria das mulheres que vivem agarradas a um pudor que as aprisiona e as faz desperdiçar os anos de vigor que lhes são (que nos são) concedidos a todos neste planeta azul...

Muitos beijinhos!!!

BF disse...

E esta hora e tua.. a hora de recordar os momentos de prazer vividos...
Beijinhos
BF

vagabundo disse...

no "koppos", escrevi há tempos sobre alguém que queria escrever poesia e só lhe saia prosa.
ironicamente, sempre que tento alguma prosa com "calor"...não consigo.
a mente inconsciente procura a rima.

como é que consegues?

eu sei que é preciso "sentir", mas...e mais?
Tu fá-lo lindamente.
Com calor, com sentimento, com emoção...

muitas vezes leio-te a correr e sei que... "tenho que lá voltar."

um beijo, e um mimo...

"Só depois de toda te ter bebido,
sei que valeu a pena...
ter vivido."

Anónimo disse...

Olá Silêncio, essa hora de ir embora nunca deveria chegar...beijos

suruka disse...

A noite estava quente,
mas pelo que vejo, o clima acontece numa noite gélida.
Necessário é que tu estejas lá.

bjs

Sleeping Angel disse...

Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,

Há sem dúvida quem não queira nada...

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,

Porque eu desejo impossivelmente o possível,

Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,

Ou até, se não puder ser......

Com tecnologia do Blogger.

Popular Posts

Contact Us

Nome

Email *

Mensagem *